Quem és tu
que chega no embalo da noite,
que traz em seu peito o açoite
da época não tão viril,
dos tempos deste covil?
Quem és tu
que de sorriso tão emblemático,
amarelo, escondido, apático
põe a penúria de forma furtiva,
pois a censura, ainda ativa,
não lhe permite não ser estático?
Quem és tu
que recebe o óbolo agradecido,
crendo na obrigação do donativo
eis que sempre, como plágio,
destinou ao domínio o seu sufrágio?
Tu és quem?
Oras,
muito bem sei exímio indagador
que é mais fácil criticar minha dor
que uma solução encontrar para mim.
Sou aquele que partiram as esperanças,
porém não as responsabilidades.
E para sustentar minhas crianças
conto com as pseudo-bondades
que o meu voto, vendido, traz assim.
{Rafael Lucas Pires}
terça-feira, 7 de agosto de 2007
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